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DarknessDEMÔNIO, A QUEDA - introdução ao cenário (Capítulo 9)

Foto do escritor: Vale Das TrevasVale Das Trevas

 

Oi, pessoal, espero que esteja tudo bem com vcs!

Hoje, o capítulo 9 da história do Anjo Caído Tural traz uma pequena surpresa. Espero que gostem!

Lembrando que os links dos capítulos anteriores e conceitos trabalhados ficam no final deste capítulo, caso tenham perdido algum (só clicar nos títulos em negrito!). :D 


Bora lá!


**********

CIGARROS [Delboro Light]

Estava em casa, fazendo uma omelete e escutando rádio, quando sentiu a perturbação na realidade. Alguém novo estava na cidade. Não se importou muito com aquilo no momento. Não sairia correndo e se delataria para alguém levar seu nome direto para “a chefia”. Era mais esperta do que isso. Continuou preparando a refeição.


Quando saiu do Abismo, fora cuspida como resto de sinusite através da boca amarga de alguém que odiava a vida. A ressonância a fez cair no corpo dessa doente terminal, cujo câncer devorava além da morfina. Era uma casa de carne agonizante, mas ainda era uma casa. Sem pensar muito, a Elohim se jogou para dentro do corpo. Era noite e a máquina do quarto de hospital apenas deu o alarme quando a linha finalmente ficou reta. Morte. Concentrou tudo o que era e se conectou a toda a matéria em abandono daquela mulher.  Pela porta, a equipe de plantão entrou correndo.  

“Afastem-se!” era a única coisa que lembrava agora, mas o pulso de eletricidade que percorreu seu corpo naquele momento, disso, lembrava bem. Já estava terminando de trazer vida aos tecidos, quando a dor da descarga a pegou. O “bip-bip” veio da máquina e alguém achou que salvara o dia. Um imbecil iludido. Claramente, ninguém salvara aquela mulher, nem mesmo ela. Ao contrário, foi com o falecimento daquela humana, que conseguira um lugar para se esconder.

Agora, estava preparando uma omelete e sentindo o calafrio da incerteza. “Quem seria esse jogador? E o que estaria aprontando?” Acendeu um cigarro e tragou forte. De todas as bobagens desta realidade, os cigarros eram a menos detestável. Podia lembrar de outros momentos, outras eras, quando o vento percorria tudo e era parte vento também, bastava expirar a fumaça e devanear... mas não, sua presciência sobrenatural a alertava da realidade em alteração naquele momento. (Todo Anjo, ou Demônio, tinha isso. Era a forma como eles eram naturalmente ligados à realidade, podendo perceber os tipos de forças e energias que atuavam no mundo.)


Ficara quatro anos sem problemas. Quatro anos sem ver nenhum rastro de qualquer outro Elohim por perto, mas era isso, o inevitável aconteceu, alguém veio. Desligou o gás, pegou uma cerveja e colocou a omelete num prato. Comeu com raiva, na verdade, comeu com receio. Decidira não se envolver com mais nada daquilo. Ia viver na sua carcaça inútil e continuar o trabalho mundano da mulher que assumiu. Continuaria odiando os vizinhos como sua mortal sempre o fez, continuaria indo no mercado do Seu Aires, comprando o mesmo jornal, a mesma dúzia de ovos e o mesmo... não, isso, ela fizera questão de trocar. Desde a possessão, ela tragava apenas cigarros da marca Delboro Light.

Terminou de comer e beber. “Droga!” pensou enquanto jogava a latinha de cerveja na lixeira e ia em direção ao quarto, trocar de roupa. Tentou ignorar, tentou não se envolver, mas aquele era o território que ela transformara em lar nos últimos anos. Precisava garantir que nenhum Anjo Caído com meia dúzia de parafusos atormentados colocaria tudo a perder. Colocou uma calça jeans e um moletom por cima da blusa do pijama e saiu. Voltou rapidamente, esquecera de trocar a “porcaria dos chinelos” por um par de tênis. Saiu novamente. Esqueceu o rádio ligado.

Vasculhou a área atrás de traços frescos. Tentara resistir à curiosidade, mas algo nela gritou mais alto. Percorreu as ruas atrás das pistas, atrás de quem quer que tenha ousado moldar o mundo por alguns instantes. Demorou dez minutos, então conseguiu chegar até uma das praças do bairro. Não havia nada demais naquilo tudo. O drogado de sempre estava caído no chão, sujo além do normal, com um líquido viscoso, preto, e fedendo sobre ele... mas, ela compreendera o que havia acontecido assim que o vira.

“Um bom samaritano no bairro, é? Essa, eu quero ver.”.  Acendeu outro cigarro enquanto contemplava o homem no chão. Ela não era uma instituição de caridade. Limitou-se a ver se ele estava bem e saiu dali. “Cheguei tarde demais... argh... droga, droga, droga!” Pensou, enquanto virava uma esquina, rumo a sua casa.

Abriu a porta e colocou as chaves num móvel ao lado da porta. O molho caiu no chão, deixando o chaveiro com o nome da mortal, “Dolores”, para cima. Ela olhou por uns segundos antes de se abaixar e pegar as chaves de volta. Por mais estranho que esse nome fosse, já estava acostumada a ser chamada de “Dolores”. Não queria trocar de vida. Já tentara isso, mas não conseguira. Após algumas ideias, cogitava que o corpo atual deveria morrer para que pudesse trocar por outro, mas não estava disposta a correr esse risco e acabar pega na força do puxão do Abismo. Retornar para a prisão não era uma opção.

Encarou o rádio com frustração. Bastava um penetra na rotina dela e as coisas mais simples que ainda davam algum prazer se tornavam incômodas. Normalmente, o rádio era uma ótima companhia, mas, hoje, tudo estava ao contrário. Desligou-o e sentou-se na poltrona. Começou a planejar. Pegou o celular e fez uma ligação.


- Alô? Aníbal? É a Dolores, tudo bem? Aníbal, será que eu consigo passar na tua casa amanhã? Eu acho que chego pelo meio-dia. É.… é que até eu sair daqui do bairro e chegar aí, demora, eu vou cedo para não voltar muito tarde. Hum? Não, não, eu não vou ficar aí, não. Só preciso pegar umas coisas que deixei no cofre...

********** Morrigan (Kami) Ankh Facebook: Pensando em RPG   Orkut: Pensando Em RPG Discord: Pensando em RPG Facebook: Amarelo Carmesim Blogger: Amarelo Carmesim @Vale das Trevas ******* CAPÍTULOS ANTERIORES ******* 1) FUGA [do Abismo] --- Nome Verdadeiro, Nome Celestial, Abismo e Corpo Hospedeiro. 2) LEMBRANÇAS [Paralelas] --- Casa, Adão e Eva, Lúcifer, Gehinnon (a primeira cidade), Ressonância 3) RECOMEÇO [Legado] --- Legado, Surgimento da Humanidade, Duas Ordens do Criador, Ahrimal, Grande Debate, Semblantes, Consciência, Eminência, Os nomes de alguns Anjos Rebeldes importantes na história do cenário, Miguel 4) VINGANÇA [Justiça] --- Doutrinas, o fim da imortalidade da humanidade, Casa Flagelo, Doutrina do Despertar 5) REFLEXÃO [Cautela] --- Antecedentes (Fé, Contatos, Recursos), Pacto e Ceifar Fé 6) CIGARRO [Negociações] --- Pacto (investimento), Seguidor, Tormento 7) ASCENSÃO [Poder] --- Antecedentes (Contatos), Revelação, Doutrina Primária 8)  CONTATOS [Diversidade] --- conceito de Invocação (uso do Nome Celestial para comunicação)

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